segunda-feira, 22 de março de 2010

Quem disse que o enduro não é para meninas?

Meus caros….preparem-se! É bem provável que a curto prazo vejam a “nossa” Leonor a fazer estas figuras nos nossos passeios de domingo!
Este fim-de-semana cumpriu-se mais uma etapa da vida dura. Desta feita, rumamos a Viana para mais uma voltinha que se previa tranquila sem grandes obstáculos. Tudo isto porque, nos fazíamos acompanhar da mais recente recruta do Club. Digo bem “da” porque aqui não há espaço para discriminações!
Já há alguns meses que andamos a levar a Nocas por maus caminhos, literalmente! E, sempre orientada pelo zeloso Pai Zé a nossa menina não se tem safado nada mal. Uma “ajudazita” aqui, uma palavra de incentivo acolá e a CRF 230 lá vai ultrapassando com maior ou menor dificuldade os desafios que lhe aparecem pela frente. A verdade é que os treinos têm dado resultado. Este domingo, era vê-la em grande estilo a acompanhar os velhotes como se não houvesse amanhã! E não julguem que lhe fizemos a vida fácil! A meio do percurso o Pai Zé, tirou a prova dos nove. Num gesto magnânimo de quem quer o melhor para as crias, atirou-nos a todos por uma trialeira abaixo sem dó nem piedade. Sinceramente….pensamos o pior! Seria possível a nossa menina cumprir com êxito tamanho desafio?
Pois meu caros, só não foi possível como o fez com distinção! Era vê-la a saltar de pedra em pedra como se nada fosse. Aos poucos, lá foi descendo os 3 km de trilho desfeito e bem mereceu o aplauso com que a brindamos no final.
Depois, ganhou confiança e foi a voar baixinho até ao fim da jornada.
A partir de agora os mais lentos têm que ter cuidado. Ou começam a treinar a sério ou então, quando a Nocas for o melhor é arranjarem uma desculpa e deixarem-se ficar por casa. É que esta menina, no que diz respeito às motas….sai ao Pai….e promete não facilitar a vidinha a ninguém!

terça-feira, 16 de março de 2010

A "meter água" é que a gente se entende !

Hoje mudamos de tema. Sim, porque aqueles que julgam que o club apenas se faz representar num dos elementos...estão muito enganados. A vida dura é uma constante. Seja em terra, na água, no ar ou.....no fogo, a rapaziada está sempre presente. E desta vez....metemos água!
Resulta que, 5 membros desta nossa bela comunidade têm a mania que sabem velejar. Vai daí, formaram uma tripulação e inscreveram-se no Circuito Internacional Cidade de Vigo - Platu 25.
Até aí tudo bem, cada um faz o que quer. O pior é que se meteram no meio de uns meninos que já andam nisto há muito tempo. Conclusão: é sempre a levar na cabeça!
A táctica foi a de sempre (Caça, caça, caça, caça......folga, folga folga, folga!) o resultado.....também! Depois de muito empenho, sangue, suor, e lágrimas, lá estávamos nós num honroso ultimo lugar a cortar a meta na cauda da frota. Mesmo assim, o balanço é francamente positivo! Não fomos ao fundo (já não é mau!), não estragamos material ( é tão velho que já não dá para estragar) e eu, num gesto de total desprendimento atirei um telemóvel à ria como prova de boa vontade contra a globalização.
Depois....foi a guerra do costume. Em plena depressão, atiramo-nos ao polvo e ao belo do calamar para assinalar o protesto.
Para a posteridade fica um grande jantar no Sábado no qual nos afundamos em 4 garrafas de "Lambrusco" à temperatura ideal.
É sempre assim. Quando a coisa corre mal quem se lixa é o calamar....ou o "Pulpo".....ou o mexilhão ou lá o que é!

sexta-feira, 12 de março de 2010

TransCosta 2010 – Bye, Bye…até "pró" ano!


Meus caros,
Encerra-se aqui o assunto do TransCosta 2010. Para trás ficaram 500 km de vida dura recheados de bons momentos e de belas aventuras.
Bem sei que era mais fácil ficar em casa à lareira mas nem todos nascem com o rabo virado para a lua.
A vida dura é mesmo assim. Dorme-se pouco e mal em sítios de gosto duvidoso, ouve-se folclore manhoso, come-se o que houver na base do tacho ranhoso e leva-se com água em cima no meio da lama e das pedras. Enfim …..há quem goste de se tratar mal!
Mesmo assim, ficam grandes recordações. Quem é que não vai sentir falta da voz de comando do General Costa, da voz de cabrito mal morto do Manel, dos mortais “encarpados” do Filipe com a mania que sabe andar depressa, das retroescavadoras a passarem as motas a ferro, dos roncos sonoros do João, das “galgas” do Henrique a dizer que tem um joelho lesionado desde pequenino, dos discursos prolongados do meu mano Marcos, dos ataques de fome e mau feitio do Luís e do Zé Maria ou dos manos repetidos (Diogo & Manel) que nos andam sempre a trocar as voltas? Digam lá…vão ou não vão ter saudades?
NÃO, já sei!
Eu, pelo menos não vos quero ver à frente nas próximas 24h. Depois disso, tudo bem. Venha de lá mais uma aventura que o relógio não pára.
Pode ser que nessa altura o Pedro S. já tenha autorização da “mamã” para ficar mais que duas noite fora de casa, que o Tiago decida finalmente aparar as unhas dos pés ou que o Pedro B. deixe de deitar “fumo” pelo “escape” de hora a hora.
E se o Toninho P.T. levar um autocarro com lugar para todos para não termos que nos sujeitar aos caprichos do S. Pedro, então estamos garantidos!
E nada de amolecer! Toca a afinar os jericos porque ainda há muita terra para lavrar!

quinta-feira, 4 de março de 2010

TransCosta 2010 – Stage 3 Gerês/Guimarães - 90 km


O fim é sempre triste. Seja de um filme, de um livro ou de um simples passeio de moto…. Mas desta vez não foi! Sim, porque para os lados da vida dura não há lugar para tristezas!
E toca a andar depressinha que o Sr. Costa já estava a nossa espera desde as 6 da manhã!
Dos 14 que arrancaram na sexta, já só restavam 7. Eu bem disse que isto não era para meninas. Mesmo assim, há que registar o regresso do “Sir” Pedro Barbosa que depois de um dia em branco resolveu voltar à actividade.
Começamos com uma descida impressionante até ao Ermal. Na primeira metade da manhã o S. Pedro foi amigo pelo que, deu para apreciar a paisagem. Mas foi sol de pouca dura porque um pouco mais à frente a chuva regressou em força. A chuva e a dureza! A partir do km 40 fomos literalmente a saltar de pedra em pedra até Guimarães.
A registar, apenas mais “biqueirada” do Tiago num calhau. O rapaz gosta de dar cabo das unhas dos pés que é que se há-de fazer…! Fora isso, tudo tranquilo. Eu, para não variar, “esbaldei-me” 3 vezes nos últimos 100 metros mas fui sempre bem apoiado pelo meu mano que nunca me deixa no monte. Lá teve que aturar o meu mau feitio mas com isso pode ele bem.
E fim de festa. Restava-nos fechar a loja mais uma vez na Adega Regional “ O Lagar” onde já é célebre o arroz de pica no chão!
Lá partimos as trombas ao bicho como é da praxe e regressamos a casa sãos e salvos.

Venha o próximo porque este…..já ninguém nos tira!!!

SÉRGIO
MARCOS
LUIS C.
JOÃO S.
FILIPE
PEDRO B.
MANUEL B.
HENRIQUE
ZÉ S.G.
MANUEL S.G.
DIOGO S.G.
TIAGO S.L.
PEDRO S.
e claro…… SR.COSTA!

SPECIAL GUEST´S


ANTÓNIO P.T & MARGARIDA (Carro de Apoio)

CLÁUDIA, MARTA, CARLA E “SUS MUCHACHAS”!

quarta-feira, 3 de março de 2010

TransCosta 2010 – Stage 2 Chaves/Gerês – 180 Km


WET RACE!

As noites em Chaves são mais curtas! Foi tudo para a cama ás 10.30h e de repente já eram 8.00h da manhã! Toda a gente tentou meter uma “cunha” ao Sr. Costa mas em vão.
Ás 9.00h estava tudo pronto para arrancar. Tudo ou quase tudo porque o joelho do Henrique resolveu fazer das suas. O “Sir” Pedro Barbosa usou do estatuto real e meteu baixa. 4-0! Já só éramos 10.
Afinal aquela coisa dos alertas não era a brincar. O dia nasceu cinzento muito, muito escuro. O S. Pedro abriu as goelas e atirou-nos com um balde de água fria que parecia não ter fim! Nada que desmotivasse a caravana. Fatinho de chuva aprumado e toca a rolar.
Foi o dia mais extremo de toda a nossa carreira! O cenário que encontramos na Serra do Larouco era de cortar a respiração. A montanha desfazia-se em água que jorrava incessantemente. Aquilo que outrora eram caminhos de terra e pedras eram agora autênticos rios que desciam pelo monte abaixo. Até o nosso D. Quixote (Sr. Costa) viu a coisa mal parada. Pela primeira vez resolveu alterar o percurso. Mesmo assim não nos livramos de passar uma ribeira com água pelo depósito. Felizmente ninguém arreou e lá fomos “navegando” até Montalegre.
A chegada a Montalegre foi inesquecível. Entramos de rompante na Tasca do Açougueiro e tomamos conta da lareira. Era tudo a desfardar para secar a roupinha. A proprietária não tinha mãos a medir. De esfregona em punho tentava controlar a inundação. Nada feito. Conformada, atirou-se para a cozinha para nos dar de comer a todos. E em boa hora o fez. O cozido e as alheiras estavam “de campeonato”.
A muito custo lá saímos da tasca.

“ Ó MINHA ROSINHA EU HEI-DE TE AMAR, Ó MINHA ROSINHA…….”

Á tarde o S. Pedro desistiu. É preciso muito mais que um simples alerta alaranjado para deixar o grupo da vida dura a fazer contas de cabeça. Assim, o Santo meteu a “viola no saco” e brindou-nos com uma tarde mais amena. Não fosse um furo na montada do Manel S.G. tinha tudo corrido lindamente. Mas foi quase a chegar ao Gerês como tal nem foi preciso chamar o carro de apoio.
Para o João, Filipe e para os gémeos S. G. a dureza acabava ali. Para os restantes ainda havia uma prova final a superar. E que prova!!!
Depois de uma bela recepção na “casinha modesta” dos manos Barbosa que incluiu lareira XL a arder e uma grande jantarada, eis que surge em grande estilo um dos nossos anfitriões com aulas de "vira" e música a condizer.
De arrepiar! Custou-nos mais do que o frio, a chuva, o vento ou as dificuldades do percurso!
Ao som de uma voz estridente de uma saloia, a quem alguém algum dia cometeu a imprudência de dizer que sabia cantar como um rouxinol, era vê-los a rodopiar no meio da nobre sala que o saudoso Pai Barbosa mandou construir para conforto dos filhos! Um sacrilégio!
A ajudar à festa, o “Se Manel” fazia coro como se não houvesse amanhã!
Uns bebiam para esquecer, outros furavam os tímpanos…..enfim. Os afortunados do anexo fugiram a sete pés e recolheram à cama que o corpo pedia descanso.
E o dia chegou ao fim. Vida dura meus caros….vida muito dura!

terça-feira, 2 de março de 2010

Trascosta 2010 – Stage 1 Guimarães/Chaves - 220 km

O dia começou cedo. Tal como foi exigido pelo “mestre” Costa ninguém faltou á chamada ás 7.30h da manhã.
As previsões meteorológicas não eram animadoras. De acordo com os entendidos na matéria, o mundo ia desfazer-se em cuecas! Alerta amarelo, laranja, preto, eu sei lá…era só desgraças!
A verdade é que, ás 8.20h estava tudo pronto para arrancar. E lá partimos conforme previsto, 14 motos e um carro de apoio para o primeiro dia de mais uma longa etapa da vida dura.
Até meio da manhã nada a assinalar. O nosso guia tratou de escolher um trajecto tranquilo ideal para o “shake down”. Alguma lama, muita água mas nada de especial.
Mas….nem tudo foram rosas. Por volta do km 70 algures no meio da serra junto á aldeia de Macieira, eis que surge aquele que seria o primeiro de muitos desafios - “Trialeira” de campeonato recheada de pedras pontiagudas! O cenário ideal para o “se Manel” se atirar pela ribanceira abaixo! O piloto ficou “impec”. As pedras e a Suzuki é que não! As pedras, depois de levarem com o “se Manel” em cima, nunca mais forma as mesmas. A Suzuki começou a “vomitar” liquido verde com fartura e entregou a alma ao criador. -“É da bílis” diziam uns…. - “É do crenque” diziam outros…..
Pois….fosse do que fosse não dava para continuar. 1-0! Ás 11 da manhã já só éramos 13! Carro de apoio á escuta e…. ala que se faz tarde.
Á 1 da tarde, paragem para reabastecimento das motos e dos pilotos. A pedido de várias famílias (família Caldeira mais propriamente) invadimos um café e esgotamos a mercearia. A gerência agradeceu e depois de muitos contactos lá conseguiu reunir 20 pães para nos dar de comer a todos. E desta vez, o Sr. Costa foi um “mãos largas”! Deu-nos 3 minutos e 17 segundos para engolir um prego, um fino e um café. E sobrou tempo para arranjar o travão da moto do Pedro vejam lá! E lá partimos, serra acima rumo ás Pedras Salgadas.

DAVID CONTRA GOLIAS!

A meio da tarde….. mais um grande momento. Então não é que o nosso guia decidiu desafiar uma retroescavadora!?
Pois é, mas correu mal. A “retro” levou a melhor e num golpe inesperado cilindrou a WR. O Sr. Costa nem queria acreditar. A frente do “animal” ficou pior que o chapéu de um pobre. Roda, suspensão e disco de travão…..já eram!
Houve mesmo quem pensasse que o “número” acabava ali. Nada disso! Toca a traçar um plano de contingência que o relógio não pára e ainda temos muitos km pela frente.
A moto e a “retro” fizeram as pazes e vieram juntas até ao asfalto. O carro de apoio já estava á espera e lá seguiu viagem com mais um “cliente” em cima do atrelado.
O João num gesto de assinalar cedeu a moto ao Sr. Costa e foi com o Filipe pela estrada para o hotel. O que é que “as duas” foram fazer “sozinhas” para o hotel não é da nossa conta!
Quanto a nós….toca a andar. 2-0! Ás 4 da tarde, já só éramos 12!

ESTES ROMANOS SÃO LOUCOS!!!!

Ao final do dia já se notava algum cansaço……nas motas! Sim, porque em nós nem pensar! Qualquer membro deste “club” sabe bem que a vida dura não é para meninas (não é Filipe?). Bom, nada de conversa que o Sr. costa não espera.
Unhas afiadas e lá fomos nós rumo á surpresa que o nosso guia nos tinha preparado para o final do dia. E que surpresa…..!
Nem todos chegaram lá, mas os que chegaram não deram o tempo por mal empregue. 3 Km de trilho romano a descer verdadeiramente demolidor. E aqui há que fazer a justa homenagem!
“ Sir” Pedro Barbosa e Sr. Costa em grande estilo, deram uma “ratada” total ao resto da concorrência.
E o dia chegou ao fim. Á nossa espera em Samaiões estavam 12 quartinhos quentes e uma bela jantarada ao bom estilo transmontano.
Grande ideia Zé Maria!

segunda-feira, 1 de março de 2010

TransCosta 2010 - Introdução


Meus caros,

No dia 9 de Fevereiro "nasceu" o TransCosta! Previa-se um parto dificil! Primeiro porque não era esperado, depois porque as condições meteorológicas anunciadas sugeriam o adiamento do evento.
Alerta amarelo para aqui, alerta laranja para ali enfim.....foram várias as vozes que apelaram ao bom senso. Mas isso....é coisa que nós não temos! E em boa verdade se diga que de amarelo ou de laranja só se viram Suzuki´s e KTM´s a "rasgar" pelo monte acima. O resto foi tudo azul "Yamaha".
É verdade que o "céu se abriu sobre as nossas cabeças". Também é verdade que andamos literalmente a navegar. Mas não é menos verdade que o TransCosta foi um êxito!
Ao longo de três dias percorremos cerca de 500 km de terra, lama, pedras e água que nos vão ficar na memória para o resto da vida.
Mas acima de tudo foram 3 dias de puro divertimento, boa disposição e excelente companhia que aqui vos vou relatar ao longo desta semana!
Desta vez fizemos justiça ao nome do nosso club.
P.S. Filipe, não fiques a "babar" com a foto!